sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Folhagem

Entre o Alentejo e as Beiras olhamos a natureza...

A natureza sempre inspirou artistas de todas as épocas. Basta observar uma folha: cada uma tem a sua própria forma, textura e cor, como se fosse um pequeno retrato do ciclo da vida. Ao longo do ano, as folhas mudam tal como mudam as estações — vibrantes e verdes na primavera e no verão, depois douradas, avermelhadas ou castanhas no outono.

Na disciplina de Desenho A, vamos olhar para as folhas de uma maneira diferente: não apenas como parte da natureza, mas também como ponto de partida para a criação artística. Uma simples folha pode transformar-se numa tela para padrões, formas e desenhos que refletem a imaginação de cada um. Este exercício vai desafiar-nos a observar com mais atenção, a valorizar os detalhes e a transformar o que é simples em algo único e criativo.

Os trabalhos ainda estão em processo de construção.














quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Viagem com Alma: Silêncios e Paisagens que Falam



 Há lugares que não se explicam — respiram-se. O Alentejo, com os seus campos ondulados sob o sol morno, sussurra silêncios que dançam com o tempo. As Beiras, com as suas montanhas e ribeiros, contam histórias em cada pedra, em cada sombra que repousa entre os vales. Ambas são geografias da alma, onde a terra molda o olhar e o olhar devolve, em arte, aquilo que o coração colhe.

Nesses lugares, o tempo corre devagar, guiado pelo compasso das estações e pelas mãos calejadas que sabem o peso da enxada, o ritmo do tear e o segredo das ervas. O povo guarda nas vozes o eco de cantigas antigas, nas festas o brilho da comunhão, e nos gestos o saber transmitido de geração em geração — saber de fazer, de sentir, de resistir.

Este projeto é um encontro entre mundos: o mundo visível das paisagens e o mundo invisível das emoções. Aqui, os alunos de Artes Visuais transformarão as texturas da cal e do granito, os tons do sobreiro e do castanheiro, os cantos do vento e os ecos das tradições em composições que são janelas para dentro e para fora — para o que somos e para o que nos cerca.

Entre o branco luminoso do Alentejo e o verde profundo das Beiras, há um fio invisível que une a matéria e o espírito, a memória e o presente. Esta viagem será, assim, um convite à contemplação: que cada traço nos leve a caminhar devagar, como quem atravessa um campo em flor ou sobe um carreiro de serra, escutando o silêncio antigo das paisagens que nos formam. Neste percurso, a arte torna-se ponte — entre o território e a identidade, entre o olhar jovem e o legado ancestral. Ao desenhar, pintar ou esculpir, os alunos não apenas representam o que veem: reinterpretam, recriam, ressignificam. Cada obra será uma tentativa de capturar o intangível — o cheiro da terra molhada, o som de uma avó a fiar memórias, o calor de uma tarde que parece suspensa no tempo.

Porque criar, aqui, é também um gesto de escuta e de pertença, um modo de dizer que estamos atentos ao que nos rodeia e ao que nos habita.

 

Será um belo encontro entre Arte e Território.