Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente
e a chuva não bate assim.
(...)
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
(...)
Augusto Gil
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