Os acasos nunca são acasos. São casos raros, sim, mas não acasos.
Tudo são Viagens e Encontros... Precisamos deles para perceber e contemplar a beleza do quotidiano. Gosto de me enganar na rua e encontrar uma outra ainda mais bonita que o que estava à espera e de saber, racionalmente, que estou no lugar errado com a certeza intuitiva e inexplicável de que aquele errado é o certo.
Viagens e Encontros inesperados são, regra geral, os melhores. Não foram sugeridos, não tinham "razâo de acontecer". São como aqueles amigos que amamos como irmãos, apesar de na árvore genealógica não estarem lá. São o pai adotivo que surgiu sem ser convidado, mas que tornou o nosso mundo melhor; são o professor que nos ensinou a imaginar; são o lugar no autocarro que nos foi tirado para nos sentarmos no sítio que, afinal, tinha de ser o nosso.
Todos temos uma pessoa que não era para nós. Todos nós já fomos um grande acaso. Uma grande sorte. Tu também! Tu também já foste improvável para alguém que agora te tem como certo. As Viagens e Encontros são mais... São também o início; os acasos passados numa outra geração, que definem um encontro destinado nosso..
Texto adaptado de artigo do jornal i, de Marine Antunes.
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