VENEZA MÁGICA - Inauguração

 Lá fora chovia imenso!... Aqui em Veneza, a tarde revelou-se Tranquila, Elegante, Mágica e Calorosa. Os "Viajantes" estavam felizes e agradecem a todos aqueles que embarcaram connosco em mais uma Viagem com Alma! E foram, sem dúvida, MUITOS! 

Os momentos são irrepetíveis e a atmosfera que se criou é difícil de reproduzir posteriormente, mesmo juntando palavras, imagens e música... Só estando lá, para sentir a boa energia que se criou mais uma vez na nossa escola, pois nestes momentos privilegiam-se sempre a empatia, o convívio e a amizade.

Veneza…

Nascida das águas, esta cidade flutuante, simbólica, encantadora e extravagante parece afundar-se sempre, ressuscitando a cada amanhecer, aos olhares dos que a amam. Aqui não se caminha, flutua-se, ouvindo-se beijos e murmúrios vindos da água que nos envolve e abraça. É o lugar perfeito onde a água, a terra e o tempo se enlaçam, oferecendo-nos uma sensação misteriosa.

Nesta cidade, pérola do Adriático, a água é como o tempo, espelho de pedras e histórias antigas, movida pelo desejo de possuí-lo. É a cidade da "beleza" e o lugar onde se destacam os "detalhes" com os seus "tons pátinas e dourados", além da sua dose de espanto, o que faz que até as crianças se apaixonem ludicamente por ela.

As suas gôndolas de âmbar negro, cuja origem continua desconhecida pelos especialistas de navegação, são vestidas às vezes de branco pela neve, nos invernos que o poeta Brodsky amava. Nesse instante mágico parecem noivas prontas para a primeira noite de amor…

Veneza é ímpar, é única. Não é diferente apenas pela ausência de carros, o que oferece o privilégio de ser capaz de distinguir, pelo som dos passos, se um homem, uma mulher ou uma criança caminha pela rua. Veneza é muito mais do que foi escrito sobre ela durante séculos. É o que todos querem que seja. É como se um designer ao chegar a vestisse de fantasia com sedas iluminadas, dos desejos comentados por Italo Calvino.

É pouco dizer que Veneza é um sonho, porque é tangível e pode ser mastigada. É de carne e osso. Não é moderna, mas é eterna, e pelas suas praças, pontes, becos e ruelas, enquanto os sinos das suas infinitas igrejas soam nostálgicos, desfilam e são exibidas a moda e as tendências mais ousadas. Veneza é, ao mesmo tempo, o passado e o futuro. O presente é como sentimos a sua respiração. Tem o privilégio de parecer sempre a mesma e ao mesmo tempo diferente. Ela não muda. O que muda são os nossos olhos, capazes de descobrir na mesma pedra e na mesma água os novos sentimentos que os seus duendes agitam dentro de nós.

Se Dante na sua Divina Comédia dizia aos condenados ao Inferno que deixassem na porta todas as suas esperanças, ao chegar a Veneza deixamos à entrada as crises e deceções da vida das cidades reais, as cidades da violência, do barulho e da solidão.

A diferença é que, do Inferno de Dante, não era possível retornar. Em Veneza, voltar da cidade dos sonhos à real é como ter viajado pela poesia das “Cidades Invisíveis” sonhadas pelo génio de Ítalo Calvino e que existem apenas no mundo dos símbolos e dos desejos. Existem apenas para serem percorridas, contempladas, sentidas…amadas.

É aqui que os mortos ainda estão vivos, porque cada recanto é um jardim onde se conversa com personagens famosos das artes e das letras.

Quando vivos, surpreenderam com a sua criatividade e, imortais, quiseram continuar lá, naquela pequena ilha, conversando com as águas … pois é aqui que a água conversa com as suas sombras…

Foi chegado o momento do nosso convidado especial, prof. Carlos Antunes, da FCUL. Veio falar-nos da evolução histórica de Veneza e dos seus desafios futuros... Uma pequena palestra muito interessante e pedagógica.

Por fim, o momento do convívio e do beberete. Tudo muito saboroso, o chá quentinho e o bom convívio foram o culminar desta nossa chegada a Veneza. Veneza continuará no nosso polivalente para ser vista por toda a comunidade. São sempre bem-vindos!

OBRIGADO A TODOS!

Os amigos que colaboram sempre e tratam do som para o espectáculo de inauguração. Obrigado!