domingo, 2 de novembro de 2025

Às Voltas entre as Beiras e o Alentejo

 Os nossos grandes cenários vão ganhando forma, cor e identidade...

Entre o silêncio das serras e o eco antigo das aldeias, ergue-se a pedra — matéria viva da memória das Beiras. Fria ao toque, mas quente de histórias, moldada pela mão paciente dos homens que a souberam ouvir. Nas paredes, nos muros, nas portas gastas pelo tempo, cada pedra conta um fragmento de um passado que ainda respira no presente.

A arquitetura popular desta região é um diálogo entre o homem e o território: o granito e o xisto transformam-se em abrigo, identidade e poesia. A simplicidade das construções, feitas com o que a terra oferece, revela uma sabedoria ancestral — uma harmonia entre o natural e o humano, entre a forma e a função.

Estes cenários pretendem captar essa alma rústica e verdadeira, através do jogo de luz e sombra que revela texturas, fissuras e marcas do tempo. O traço do pincel torna-se testemunho da persistência da pedra — firme, resistente, bela na sua imperfeição.





A arquitetura popular do Alentejo reflete a identidade cultural e histórica da região, marcada por simplicidade, funcionalidade e uma profunda ligação ao ambiente natural. Caracterizada por casas caiadas de branco, com barras azuis ou amarelas e telhados de duas águas, essa arquitetura traduz uma estética tradicional que alia beleza e praticidade, adaptando-se ao clima quente e seco do sul de Portugal. Um dos elementos mais distintivos é a chaminé decorada, muitas vezes trabalhada com grande detalhe, que além da sua função prática, assume um papel simbólico e decorativo, sendo motivo de orgulho para as famílias alentejanas. Neste trabalho de pintura, procura-se representar alguns desses elementos icónicos, valorizando as formas, as cores e os detalhes que tornam o património arquitetónico alentejano tão singular.

(Pintura de cenário em curso)

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